Em 1750, o reverendo D. Francisco Fernandes Coelho mandou construir a Capela no preciso local onde se celebrava o culto ancestral a Nossa Senhora da Escudeira, graças aos contributos dos seus devotos. A Capela sobreviveu ao terramoto de 1755 e o culto a Nossa Senhora permaneceu enraizado nas tradições locais.
Em 1930, durante as Festas em honra de Nossa Senhora da Escudeira, a Capela foi destruída por um incêndio, que deixou de pé apenas a respetiva estrutura. Em 1936, foi restaurada por António M. da Silva e sua mulher Maria Kirkebye da Silva; em 1968, António J. Bustorff Silva adquiriu a propriedade, tendo realizado obras de conservação e redecorado a Capela; em 1986, a cúpula da nave principal foi reconstruída, por estar em avançado estado de degradação; no entanto, nos finais do século XX o espólio e a própria Capela estavam de novo muito degradados.
Já no século XXI, os atuais proprietários, Francisca Duarte Pacheco e Carlos Botelho Moniz, realizaram, com o apoio do PRODER, entre 2010 e 2013, trabalhos de conservação e restauro da Capela e de valorização da quinta.
A Capela foi redecorada, respeitando a traça e a tradição preexistentes, e os proprietários têm contribuído para a preservação das Festas de Nossa Senhora da Escudeira. É de assinalar que o culto de Nossa Senhora da Conceição da Escudeira é o mais antigo do concelho de Palmela, mantendo-se com grande devoção a celebração da respectiva romaria e festa, que se realiza cada ano no fim-de-semana mais próximo de 15 de Agosto, com a participação de centenas de visitantes.
Para além da Capela, dois poços, uma mina e dois antigos tanques integram o património da Quinta da Escudeira e são de grande valor simbólico pelas vivências que encerram, de interesse para a comunidade, constituindo fator de identidade e de atratividade do território. Eram obras de irrigação, que levavam água a todos os patamares do terreno íngreme da serra, permitindo uma agricultura de auto-suficiência.
Poço tradicional: com uma profundidade de 20 metros, construído pedra sobre pedra, ilustra aos visitantes os modos e costumes das gentes e atividades de outrora;
Mina: liga o poço ao tanque, tem uma galeria que pode ser visitada e permite o conhecimento de outras atividades que existiam na região, constituindo um local interessante de visitação;
Tanque tradicional de rega e lavagem de roupa: ilustra aos visitantes a forma ancestral de cultivo da terra, a ligação do homem à agricultura e o dia-a-dia das gentes de outrora.
Uma visita à Quinta da Escudeira permite um regresso ao passado, aprender como viviam as gentes de outros tempos!